Fatores associados ao edentulismo funcional em idosos brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.51723/ccs.v27i02.94Palavras-chave:
Perda de dente, Idoso, Fatores epidemiológicosResumo
Introdução: A retenção de uma dentição natural funcional e estética com pelo menos 20 dentes é uma meta global de saúde bucal da Organização Mundial de Saúde. Apesar da redução expressiva das perdas dentárias entre adolescentes e adultos, isso não vem ocorrendo entre idosos, indicando um acúmulo da necessidade de reabilitação protética nessas populações.
Objetivo: Identificar os fatores individuais e contextuais associados ao edentulismo funcional em idosos no Brasil.
Métodos: Trata‑se de um estudo transversal tendo como amostra os idosos de 65 a 74 anos investigados no levantamento epidemiológico Pesquisa Nacional de Saúde Bucal de 2010 (SBBrasil 2010). O desfecho investigado foi o edentulismo funcional – presença de menos de 20 dentes naturais. As variáveis independentes foram organizadas em modelo multinível, considerando o ambiente externo, características socioeconômicas dos indivíduos, o comportamento relacionado à saúde bucal e suas características demográficas.
Resultados: A prevalência de edentulismo funcional foi de 73,3% (IC95%= 69,7‑76,9). Ser do sexo feminino, possuir menores níveis de renda familiar e maior tempo transcorrido desde a última visita ao dentista, e ter realizado a última consulta odontológica por motivos não relacionados à revisão, prevenção ou check‑up, extração, dor ou tratamento foram fatores associados ao edentulismo funcional.
Conclusão: Os fatores de risco associados ao edentulismo funcional em idosos reforçam o impacto das desigualdades sociais. Estratégias para melhoria das condições de vida e promoção de comportamentos saudáveis têm o potencial de reduzir a prevalência de perda dentária.
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